segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"Pesquisa atesta preconceito contra obesos"


No Brasil, a ditadura da balança também faz suas vítimas no mercado de trabalho, atingindo aqueles que se enquadram na classificação de obesos, baseada em uma equação simples que leva em conta o peso e a altura de cada indivíduo. Em um levantamento da consultoria Catho, foi apresentada a 1 400 executivos uma lista de razões que podem barrar um pretendente a emprego. Nada menos do que 73% dos presidentes e diretores e 68% dos gerentes cravaram um "x" na alternativa "ser gordo". O índice foi superior ao de outros tradicionais motivos de rejeição, como "estar desempregado há mais de seis meses", "ser mulher com filhos pequenos" e "ter mais de 50 anos". "O obeso é visto como alguém lento e não sadio, por mais que isso não seja verdade", afirma o headhunter Marcelo Mariaca, da consultoria Mariaca & Associates, acostumado a selecionar executivos sob encomenda de grandes corporações. "Cabe a ele escolher se é melhor conviver com esse preconceito inevitável ou se vale a pena lutar para perder peso."
Já começam a ser registrados no Brasil os primeiros casos em que a discriminação é contestada. Um deles deu-se em Jundiaí, no interior de São Paulo. Interessada em uma vaga para caixa no supermercado Carrefour, Daniela Aparecida Xavier, jovem de 21 anos, apresentou o currículo e duas semanas depois foi chamada para a entrevista. Só que, quando a viu pessoalmente, o encarregado pela seleção disse, na frente das outras candidatas, que ela não seria chamada por ser gorda. A moça saiu da sala chorando. O episódio chegou ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho, que convocou o supermercado para prestar esclarecimentos. "A empresa apresentou a justificativa de que ela não poderia ser contratada porque não caberia no caixa, o que confirmou a discriminação", conta o procurador Ronaldo José de Lira. Ao final do processo, a rede varejista comprometeu-se a não repetir a atitude, sob pena de pagar multa diária de 5.000 reais.

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