segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Preconceito linguístico no Brasil


Preconceito linguístico é o deboche, a sátira, ou a não-tolerância em relação ao modo de falar das pessoas, de suas fonéticas. É a ideia de que o português falado tem que ser o mesmo que o escrito.
                No Brasil falamos português, isso todos sabemos. Mas por algum motivo, convencionou-se que o português falado deve ser o mesmo que o português escrito. Isso quer dizer que, ao longo dos anos, a gramática normativa e a língua foram tratadas como uma coisa só. O português que a gente aprende na escola é chamado português padrão, cujas regras de composição são definidas pela gramática.
                ponto de vista científico, tais afirmações chegam a ser ridículas e só conseguimos defendê-las a partir de argumentos como: “é certo falar/escrever assim porque assim ensina a Gramática”, “é correto isso porque em Portugal se faz dessa maneira”, “essa forma é feia, não soa bem, não é de bom tom”. A eleição de uma variedade “culta”, padrão tem a ver com causas políticas e históricas, não lingüísticas strictu sensu. Ao estudar com seriedade e sem preconceitos a língua, o que percebemos é que todas as variantes são “corretas”, que todos sabem gramática e que há regularidades no que se convencionou chamar de “erro” gramatical.
                Outro equívoco que contribui para a disseminação do preconceito lingüístico é restringir à gramática o ensino da língua. Cada vez mais acredita-se que o domínio da gramática normativa garante leitores/escritores críticos e ativos. Essa falsa noção é largamente difundida, tanto na escola, como em inúmeros manuais “inovadores”, colunas de jornais e programas de rádio e televisão. Não é preciso muita investigação científica para desmistificar tal noção. Ao descrever seu objeto de estudo, os gramáticos têm a falsa idéia de que o compreenderam. Exclui-se, dessa forma, todas as variáveis que interpelam a linguagem e a constituem (fatores biológicos, sociais, históricos, políticos, culturais, afetivos etc.). Pois bem, o fato é que a língua falada é muito mais viva e flexível do que as regras escritas naquele livrão grosso. Portanto, língua falada e língua escrita são coisas totalmente diferentes.
                Existem 3 tipos de variações linguísticas:
-Variação HISTÓRICA: Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua Portuguêsa. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.(palavras e expressões que caíram em desuso com o passar do tempo);
-Variação GEOGRAFICA: Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores , política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de diferentes lugares de sua influência e as diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo.(diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas em regiões falantes do mesmo idioma);
-Variação SOCIOCULTURAL: Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.(a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua classe social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade).
                Essas variações da língua levam a uma discussão sobre qual lugar se fala melhor português. Então é gerado o preconceito linguístico.

Desigualdade no mercado de trabalho brasileiro

Nos dias de hoje, o mercado de trabalho brasileiro está se tornando cada vez mais competitivo e acirrado e a discriminação de gênero e raça são condicionantes para a desigualdade no mercado de trabalho.
   A taxa de participação da mulher no mercado de trabalho está crescendo, mas continua, muitas vezes, com um salário inferior ao do homem. Mesmo que a mulher exerça a mesma função do homem, ela ganhará menos. E se a pessoa for mulher e negra, ela ganhará ainda menos.
   Apenas 40% das mulheres brasileiras trabalham com carteira assinada, enquanto esta proporção ficou em 50% para os homens. O número de mulheres desempregadas no país também é desanimador: um milhão de mulheres estão desempregadas para 779 mil homens na mesma situação.
   Mesmo as que possuem nível superior ainda estão em situação desfavorável, com 60% do rendimento dos homens. A discrepância salarial entre os gêneros continua elevada mesmo quando elas possuem um grau de escolaridade maior.
   Os negros também têm menos oportunidades no mercado. Mesmo quando tem nível superior, o negro tem mais dificuldade em conseguir um emprego do que uma pessoa branca teria. Quanto aos salários a desigualdade também é grande. Em Salvador, os negros ganham quase metade do que os não negros - em média R$ 575, enquanto os não negros recebem R$ 1.148,00. A tendência permanece mesmo entre os negros com curso superior, que recebem, em média, 20% menos que os não negros. 
   A desigualdade no mercado de trabalho no Brasil é uma conseqüência do preconceito racial e contra a mulher. A situação vem melhorando com o passar dos anos, mas continua crítica em todo o país. Umas das soluções para essa questão é acabar com o preconceito em todas as suas formas, para que todas as pessoas tenham direitos iguais. 

Preconceito contra portadores da AIDS

Apesar das constantes campanhas de conscientização sobre a Aids e as formas de contágio, o preconceito contra pessoas soropositivas ainda persiste, até mesmo nos núcleos familiares.

É o que mostra uma pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Saúde. Foram ouvidas 8 mil pessoas em todas as regiões do país. A responsável técnica pelo Programa Estadual DST/AIDS no Rio Grande do Norte, Carla Glenda Souza, reconhece que a doença ainda é um estigma social. "Entretanto, não podemos deixar de lutar”, diz.

Segundo ela, o primeiro caso de Aids no estado foi registrado em 1983, há 25 anos. Mesmo depois desse tempo todo ainda há muita desinformação das pessoas em relação à doença. “Apesar das campanhas de esclarecimento realizadas, ainda existem muitas pessoas que acham que é possível contrair a doença através da picada de um mosquito”. 

Glenda Souza esclarece que o "portador pode conviver normalmente com a sociedade sem oferecer risco”.Em relação ao tratamento, Carla Glenda destaca que os avanços são significativos. “Avançamos no medicamento e na assistência das ações sociais voltadas para a população”. 

De 2007 a novembro de 2008, foram notificados 182 casos de Aids no RN. Na estatística, chama atenção a quantidade de doentes na faixa etária de 40 a 69 anos — 70 pessoas, 52 homens e 18 mulheres. 
Muitos joves criaram um bordão que pede o fim do preconceito contra quem tem a doença, "Quem vê cara, não vê Aids". Muitos desses jovens participam da campanha de prevenção do ministério da Saúde que vai ser lançada no dia mundial de combate a Aids no dia 1° de dezembro.


Pesquisas apontam o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo



Relatório da ONU (Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos, nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar, Camarões, Tailândia e África do Sul.

"O Brasil é um país rico, mas não é justo"
Aqui temos uma das piores distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos sobrevivem com o equivalente a 30 dólares por mês (cerca de R$ 54) O percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros.
Na América Latina, há menos desigualdade na Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. A ONU aponta como principais causas da disparidade social a falta de acesso à educação, a política fiscal injusta, os baixos salários e a dificuldade de dispor de serviços básicos, como saúde, saneamento e transporte.
É verdade que nos últimos dez anos o governo brasileiro investiu na redução da miséria. Nem por isso se conseguiu evitar que a desigualdade se propague entre as futuras gerações. Segundo a ONU, 58% da população brasileira mantém o mesmo perfil social de pobreza entre duas gerações. No Canadá e países escandinavos este índice é de 19%.
O que permite a redução da desigualdade é, em especial, o acesso à educação de qualidade. No Brasil, em cada grupo de 100 habitantes, apenas 9 possuem diploma universitário. Basta dizer que, a cada ano, 130 mil jovens, em todo o Brasil, ingressam nos cursos de engenharia. Sobram 50 mil vagas… E apenas 30 mil chegam a se formar. Os demais desistem por falta de capacidade para prosseguir os estudos, de recursos para pagar a mensalidade ou necessidade de abandonar o curso para garantir um lugar no mercado de trabalho.
Nas eleições deste ano votarão 135 milhões de brasileiros. Dos quais, 53% não terminaram o ensino fundamental. Que futuro terá este país se a sangria da desescolaridade não for estancada?
Há, sim, melhoras em nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do IPEA, este índice não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza nacional.
Para operar uma drástica redução na desigualdade imperante em nosso país é urgente promover a reforma agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, como a Previdência Social. Hoje, 81,2 milhões de brasileiros são beneficiados pelo sistema previdenciário, que promove de fato distribuição de renda.
Mais da metade da população do Brasil detém menos de 3% das propriedades rurais. E apenas 46 mil proprietários são donos de metade das terras. Nossa estrutura fundiária é a mesma desde o Brasil império! E quem dá emprego no campo não é o latifúndio nem o agronegócio, é a agricultura familiar, que ocupa apenas 24% das terras mas emprega 75% dos trabalhadores rurais.
Hoje, os programas de transferência de renda do governo – incluindo assistência social, Bolsa Família e aposentadorias – representam 20% do total da renda das famílias brasileiras. Em 2008, 18,7 milhões de pessoas viviam com menos de π do salário mínimo. Se não fossem as políticas de transferência, seriam 40,5 milhões. Isso significa que, nesses últimos anos, o governo Lula tirou da miséria 21,8 milhões de pessoas. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam transferência de renda. Em 2008 eram 58,3%.
É uma falácia dizer que, ao promover transferência de renda, o governo está “sustentando vagabundos”. O governo sustenta vagabundos quando não pune os corruptos, o nepotismo, as licitações fajutas, a malversação de dinheiro público. Transferir renda aos mais pobres é dever, em especial num país em que o governo irriga o mercado financeiro engordando a fortuna dos especuladores que nada produzem. A questão reside em ensinar a pescar, em vez de dar o peixe. Entenda-se: encontrar a porta de saída do Bolsa Família.
Todas as pesquisas comprovam que os mais pobres, ao obterem um pouco mais de renda, investem em qualidade de vida, como saúde, educação e moradia

fonte: http://correiodobrasil.com.br/desigualdade-social-no-brasil/175165/

O preconceito contra as mulheres no Brasil

Se fosse solicitado para homens e mulheres denominarem dois adjetivos ao seu sexo oposto, provavelmente alguma resposta ou mesmo a maioria delas incluiria palavras como:
Para elas: sensíveis, carinhosas; para eles: fortes, protetores. Percebe-se desde já um estereótipo de que a mulher, sendo uma “donzela” sensível, fraca e submissa precise de um homem que a proteja, que a sustente e lhe pertença. Parece ser exagero denominar tais qualidades a funções tão restritas.
A mulher foi vista diante de certas culturas como a dona de casa que cuida dos filhos e que apóia o marido em qualquer situação. O homem, o “chefe” da casa, seria aquele disposto a cuidar da família e de sustentá-la da melhor forma possível. Até hoje no Brasil, os indícios desta classificação podem ser observados.
O preconceito das próprias mulheres daquela (e mesmo em alguns pontos, desta) época, ao criticar e desacreditar que pudessem ser ou fazer algo mais do que o trabalho doméstico acabava por ser o maior motivo da permanência de tal idéia.
Além destas, ainda existem desigualdades maiores como a diferença salarial entre homem e mulher diante do mesmo trabalho, da falta de participação feminina na política governamental, do “perigo constante da mulher no volante”, do homem que “não serve para a cozinha”. Mesmo em pequenos comentários, piadas e pensamentos realizados pelos dois sexos, o “ideal machista” acaba por prevalecer ainda na atualidade.
Antigamente era feminismo radical acreditar que tais ações pudessem acontecer, pois geralmente a mulher que usava calças era alguém que invejava o homem e não encontrava um “lugar” para si na sociedade. Muito menos era de se imaginar que ela “dominaria o mundo” (com todo o sarcasmo). Porém, verificam-se também algumas mudanças, como a troca de atividades entre os gêneros, uma maior independência da mulher e a crescente vaidade do homem. A partir disto, o espaço conquistado pela mulher (que não deve ser comemorado porque tal espaço deveria existir desde o princípio) aumenta os olhos vistos. Acontece em razão dessas mudanças uma nova formação estrutural da família, do papel do pai, da mãe e dos próprios filhos. A visão de gênero vai sendo reformulada a cada geração, conforme o caminho traçado em busca da “igualdade”.
Entrando em contradição novamente, pergunta-se: qual o problema daqueles adjetivos já citados anteriormente?
A mulher pode sim, ser uma “donzela”, pronta a esperar pelo seu protetor (seja ele homem ou mulher). Ainda existem e continuarão a existir diferenças entre os gêneros além de um cromossomo X ou Y. A mulher ainda pode ser sensível, romântica, independente, forte, assim como o homem também o pode, quando desejarem ser. São sentimentos e comportamentos humanos normais, bem ao senso comum. A luta talvez se encaminhe em torno da ultrapassagem do seguinte preconceito: de que cada um tem a sua função e que não cabe a eles mudar.O conformismo talvez seja o principal adversário para que a tão dita “igualdade” seja conquistada, para ambos os lados.

Preconceito Religioso no Brasil

Com o crescimento da diversidade religiosa no Brasil gerou-se o aumento do preconceito religioso, tendo sido criado até mesmo o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro), sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva
A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa, sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo o "Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2005", elaborado pelo Departamento de Estados dos Estados Unidos, a "relação geralmente amigável entre religiões contribui para a liberdade religiosa" no Brasil.
Você sabia que no Brasil existem mais de 4.800 religiões?  De acordo com o censo demográfico realizado em 2000, pelo IBGE, essa é a composição religiosa no Brasil: 73,8% dos brasileiros (cerca de 125 milhões) declaram-se católicos; 15,4% (cerca de 26,2 milhões) declaram-se evangélicos; 7,4% (cerca de 12,5 milhões) declaram-se sem religião, podendo ser agnósticos, ateus  ou deístas; 1,3% (cerca de 2,3 milhões) declaram-se espíritas; 0,3% declaram-se seguidores de religiões tradicionais africanas; 1,8% declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: as testemunhas de Jeová(1,1 milhão), os budistas (215 mil), os santos dos Útimos Dias ou mórmons (200 mil), os messiânicos(109 mil), os judeus (87 mil), os esotéricos (58 mil), os muçulmanos (27 mil) e os espiritualistas (26 mil).
Mesmo com esse número tão grande de culturas e opiniões diferentes, para que ter preconceito? Neste país cada cidadão tem o direito de se expressar. De acordo com o artigo 208 do código penal preconceito religioso é crime!
“Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência”.

Preconceito Social

O preconceito social é uma forma de preconceito a determinadas classes sociais que tem sua origem na divisão das classes sociais e consiste na crença de que a classe dominante (que detém o capital e os bens de capital) é superior a classe “dominada” (aquela que possui a força de trabalho apenas).
Essa breve observação é importante uma vez que podemos encontrar trabalhadores urbanos que, embora sejam todos proletários, por possuírem faixas de renda diferentes, podem manifestar preconceito de classe em relação aos que possuem um status inferior em relação ao poder aquisitivo, seja por ocuparem funções inferiores, seja por terem menor grau de instrução. Naturalmente, a possibilidade do preconceito dos mais ricos em relação aos mais pobres estaria mais próxima desse antagonismo de classes.
Para se ter uma ideia, em 2011, na cidade de São Paulo, houve uma polêmica quanto à construção de uma estação de metrô em uma região nobre. Moradores locais manifestaram-se contra as obras pelo fato de temerem a presença de pessoas “estranhas” pelas redondezas, alegando que a estação de metrô colocaria em risco a segurança e a tranquilidade do local. A polêmica gerada ganhou o noticiário, pois, apesar da coerência do argumento em relação aos possíveis reflexos na região como o aumento do transito de pessoas no bairro, tratava-se de um ponto de vista preconceituoso em relação à grande massa trabalhadora que usa esse transporte público. Alem disso, esse discurso deixou implícita a tentativa de uma “demarcação territorial” por parte da população local.